quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Venda de Água

"Quem beber da água que eu darei, nunca mais terá sede, porque a água que eu darei se tornará nele uma fonte de água jorrando para a vida eterna" (Jo 4,14)
Desfile de 7 de Setembro
Sambódromo
Hoje, 7 de Setembro, dia da Independência do Brasil, decidi ir vender água durante o desfile militar para arrecadar recursos para ir ao encontro.

Em termos econômicos, diria que não foi um sucesso estrondoso como previa, mas o cristão deve aprender a olhar outras perspectivas além das materiais. Por isso, posso dizer que, olhando por outros ângulos, foi uma experiência muito valiosa.

Primeiro, que para um soberbo, humilhações nunca são demasiadas. E é colocando-me nessas situações que posso exercitar um pouco de humildade.

Fui com grande expectativa de um bom lucro e paradoxalmente com muito medo de um fracasso retumbante. Por isso, o segundo aspecto positivo da experiência é poder exercitar minha fé em Deus, pois nesses momentos tenho apenas que deixar que Ele conduza, o que me fez me rezar um pouco e meditar sobre a relação de Cristo e a água (Bento XVI, no livro Jesus de Nazaré, fala muito bem sobre os símbolos relacionados a Cristo).

Imagem meramente ilustrativa.
Não é propaganda da água Yara!
Exercitar-me fisicamente foi outro aspecto positivo. As peregrinações demandam um razoável preparo físico, ainda mais com nossa pretensão de ir com toda a família. Eu, sedentário que sou, preciso fazer alguns exercícios para não passar vergonha durante as caminhadas. Carregar o isopor com gelo e as águas não foi fácil, mas tenho certeza que mais algumas dessas e conseguirei carregar uns dois meninos nas costas.

A experiência na prática de vendas também foi boa. Cheguei lá pensando num preço, mas logo vi que a concorrência era muito grande no local onde consegui chegar, o que fazia com que os preços caíssem. Logo, tive que diminuir os lucros e consegui vender uma parte do que havia trazido. Depois descobri que quanto mais perto do desfile, maior era o preço. A lição é: se tens poucos produtos e bastante tempo disponível, o negócio é ir para onde estão cobrando mais caro e esperar fisgar um ou outro cliente. Ou, se tens pouco tempo, o negócio é vender mais barato, que foi o que fiz. Mas nesse caso é interessante ter uma boa quantidade de produtos, o que fará com que os investimentos (gasolina, gelo) diluam-se melhor e aumentem os lucros.

Também vi outros produtos sendo vendidos que, no calor, são refrescantes: melância, maçã, picolés e dim-dims. São produtos interessantes para uma próxima vez.

E a última coisa boa foi conhecer outros fornecedores de água e descobrir preços mais em conta. Informações que me ajudarão em matéria de economia doméstica.

Enfim, como falei no começo, foi uma boa experiência. Vendi tudo, mesmo que com pouco lucro, mas o que ganhei não tenho como valorar. Como escreveu Fernando Pessoa...
Valeu a pena? Tudo vale a pena se a alma não é pequena.

2 comentários:

  1. Pela minha experiência em Manaus e Santarém, se encontrares um gaucho andando ao Sol, ele compra o estoque todo. :-).

    Tb podes investir na idéia de vender navios de água para países desérticos. Garanto que um navio de água paga a peregrinação da comunidade toda. O fornecedor habitual de Israel é a Turquia. Como eles andam brigando, está aí uma oportunidade.

    A Paz,
    Miguel

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  2. Os problemas são encontrar o gaúcho e conseguir um navio.
    água tem bastante. Mas quem sabe a gente não amadurece a ideia.

    Abraço,

    Felipe

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